Educar é lançar sementes de boa colheita

O esteio fundamental de qualquer rotário é a família. É na família que encontramos o porto de abrigo para os nossos projetos de vida, é na família que encontramos o conforto para os nossos momentos de tristeza, é na família que celebramos as nossas vitórias, é nela que, enquanto rotários, encontramos o conforto para nos dedicarmos a servir.

E porquê enfatizar a família num mês que, no calendário rotário, é dedicado à educação básica e à alfabetização? A resposta é muito simples e previsível: o primeiro e fundamental espaço para a educação está na família. É no seio da família que os nossos filhos encontrarão os seus primeiros e insubstituíveis educadores, os referenciais de integridade, ética e humanidade que irão construindo, passo a passo, as suas personalidades e a sua adequação ao mundo “lá fora”.

Depois, as crianças e jovens, irão ter, ao longo das suas vidas, muitos e diversos outros educadores, estímulos, desafios, ilusões e desilusões. Mas o “berço” há-de ser sempre o ponto de partida. Quanto melhor ele for, maiores serão as probabilidades de construção de seres humanos que acrescentem bondade ao mundo.

Alfabetização é parte fundamental da educação. Da aprendizagem das primeiras letras e números às grandes criações da humanidade vai um caminho longo, muitas vezes de provação e sacrifício. Há países e regiões onde esse caminho tem caraterísticas de uma larga e segura autoestrada, há outros onde se apresenta como um minúsculo e sinuoso carreiro, de piso incerto e pedregoso.

Rotary, presente que está em praticamente todo o mundo, tem vindo a desempenhar um papel fundamental ao nível da educação básica e da alfabetização, afastando pedras dos caminhos mais rugosos e abrindo vias de esperança para tantas pessoas que tiveram o desígnio de nascerem e crescerem em regiões desfavorecidas onde quase tudo escasseia ou, simplesmente, não existe. São muitas as escolas de ensino básico que têm vindo a ser construídas, apoiadas e acompanhadas na sua atividade por dedicados rotários e meios por estes angariados. Em muitas destas comunidades Rotary está presente, disponibilizando às respetivas famílias as condições básicas para a educação dos seus filhos, que lhes proporcionam perspetivas de crescimento pessoal sem elas impossíveis.

Combater o analfabetismo onde ele continua a ser endémico é obrigação de qualquer rotário. E existem tantas formas de o fazer ! Seja através de contribuições financeiras, apoiando projetos financiados por subsídios distritais e globais, seja através da oferta de bens e de trabalho voluntário, existe uma panóplia de possibilidades de agir em prol de quem tem legítimas esperanças de se vir formar como pessoa dotada de educação e de formação adequadas à edificação de um bom ser humano.

Neste mês de setembro, em que os nossos filhos e netos vão pela primeira vez ou regressam à escola, felizes com o seu novíssimo material escolar acomodado nas suas bonitas mochilas, pensemos em tantos outros filhos e netos que, sem as mesmas, sequer comparáveis, comodidades, necessitam, tanto como os nossos, de poder sorver os ensinamentos que as suas famílias e educadores lhe poderão proporcionar.

O pensamento é apenas o ponto de partida da ação. E os rotários são pessoas de ação!

António Simões Pinto, Governador do Distrito 1970