Mensagem Mensal do Governador
Desenvolvimento Económico e Comunitário
Companheiro e Companheira,
Todos os seres humanos, de bom coração, ficam comovidos quando assistem a situações alheias de fome e miséria. Alguns decidem intervir, com empatia – a capacidade de colocarem-se no lugar do outro -, entrando em ação para aliviar a situação. O primeiro passo, mais urgente, passa por enviar bens alimentares, artigos de primeira necessidade, para que os beneficiários enfrentem a tragédia que os atingiu.
O passo seguinte passa por ajudar essas comunidades a desenvolverem-se economicamente, de forma sustentável. Nessa segunda fase, continuar a enviar esse tipo de bens pode dificultar o objetivo ao criar dificuldades aos pequenos negócios existentes e impedindo a criação de novos. Recordo-me, numa viagem a um país africano de língua oficial portuguesa, de ter constatado como a doação de fardos de roupa usada impedia a criação de fábricas de confeções no local, ou de como, em outro país, também de língua oficial portuguesa, o envio internacional de feijão dificultava o escoamento dos agricultores, mais a norte. É difícil, quase impossível, concorrer com bens doados por outros países. Claro que existem sempre exceções, especialmente onde condições climáticas adversas não permitem a existência de agricultura.
Para que o desenvolvimento económico e comunitário seja efetivo, duradouro e sustentável, é necessário encontrar soluções eficazes, em parceria com os líderes locais, para a criação de pequenos negócios que produzam os bens essenciais necessários localmente. O microcrédito é uma das soluções que passam por outros caminhos: ensino escolar, formação profissional e financeira, acompanhamento e consultoria nos primeiros tempos dos negócios, apoio à agricultura local, abertura de furos, criação de sistemas de rega e de dessalinização, distribuição de sementes, e muito mais. Só através desse tipo de ações é que muitas comunidades poderão sair do ciclo de pobreza que as atinge, por vezes há gerações. Apenas com mudanças duradouras é que alcançarão, seguramente, algum grau de liberdade. A montante estará sempre a educação, a base para qualquer alteração sustentável dentro de uma sociedade.
Sendo uma das áreas de enfoque da The Rotary Foundation, podemos contar com essa incrível organização do Rotary International para apoiar os clubes rotários, que o desejem, através de subsídios globais.Acredito que, após ultrapassarmos os primeiros impulsos, legítimos e desejáveis, de ajudarmos uma comunidade com bens de primeira necessidade, vamos trabalhar para que as pessoas que aí moram possam receber formação e apoio financeiro necessário para mudarem as suas vidas de forma duradoura.
Lembro-me constantemente da Declaração de Visão do Rotary: “Juntos vemos um mundo onde as pessoas se unem e entram em ação para causar mudanças duradouras em si mesmas, nas suas comunidades e em todo o mundo”.Imagine o Rotary
José Alberto Oliveira, Governador do Distrito 1970