Mensagem mensal da Presidente
Jennifer Jones
Presidente, 2022-23
Dezembro de 2022
Numa certa ocasião, sentada com um grupo de líderes rotários nos arredores de Lusaka, na Zâmbia, perguntei-lhes: “Levantem a mão aqueles que já tiveram malária.” Todos levantaram, e eu passei a ouvir os relatos de quem teve malária ou presenciou os seus efeitos mais de uma vez, uma doença comum que figura entre as principais causas de morte em muitos países em desenvolvimento.
Os meus amigos zambianos foram exceção, pois conseguiram acesso a tratamento médico e medicamentos essenciais. Para o povo da Zâmbia rural, a história é bem diferente.
Eu estava num banco de madeira numa pequena aldeia ao lado do Timothy e do seu filho Nathan. Com uma equipa de reportagem a gravar a nossa conversa, Timothy fala-me da vez em que Nathan mostrou sinais de malária. Levou o menino até casa do vizinho, que era agente de saúde, onde Nathan rapidamente recebeu a medicação que lhe salvaria a vida.
Calmamente, Timothy contou-me sobre o ataque de malária sofrido pelo outro filho alguns anos antes. Teve de levar o seu filho, à pressa e de bicicleta, até uma clínica médica a mais de 8 km de distância, e sentiu as pernas da criança ficarem geladas e o pequeno corpo a amolecer. Quando este pai finalmente entrou na clínica chegou a gritar por socorro, mas já era tarde. A câmara parou de filmar e ficámos em silêncio. Começou então a chorar e abracei-o. “Perdi o meu filho, perdi o meu filho”, repetia.
Ouviríamos histórias semelhantes das famílias que viemos a conhecer nos dias seguintes. E, mesmo assim, há esperança. Leia sobre a Parceria pelo Fim da Malária na Zâmbia, a primeira a receber o nosso novo subsídio. Em duas províncias da Zâmbia, 2.500 profissionais de saúde voluntários foram selecionados pelos membros das suas comunidades. São treinados para prestar cuidados médicos àqueles que precisam, sendo capazes de diagnosticar e tratar a malária e outras doenças.
Adaptado de Rotary International