Arte Ucrânia
Rotary Portugal D1970

Arte ucraniana em exposição solidária até 10 de agosto em Santa Maria da Feira

A dupla exposição “Petrykivka – Arte Ucraniana” e “Embroidered Hope – Esperança Bordada” foi inaugurada no dia 28 de agosto, numa iniciativa solidária organizada pelo Rotary Club Douro e Vouga International, com o apoio do Distrito 1970 e da Comissão Inter-Países Portugal-Ucrânia, e estará patente na Junta de Freguesia de Santa Maria da Feira até dia 10 de agosto.

Petrykivka – Arte Ucraniana

Originária da aldeia de Petrykivka, na região de Dnipro, onde era tradicionalmente utilizada para decorar paredes de casas e objetos domésticos do quotidiano, este estilo está reconhecido desde 2012 pelo Ministério da Cultura da Ucrânia como património cultural imaterial do país, tendo sido inscrito na Lista Representativa do Património Cultural Imaterial da Humanidade da UNESCO em 2013.

Bem presente nas obras expostas, este estilo destaca-se pelos seus padrões florais e técnicas de pincel únicas, com os exemplos mais antigos conhecidos a remontarem ao século XVIII. No entanto, a pintura continua a prosperar e a desenvolver-se como uma forma de arte moderna.

A pintura Petrykivka tornou-se numa “marca” da cultura popular ucraniana, com Anastasiya Molchanova, uma das artistas presentes na mostra de Pintura Petrykivka, a destacar a importância desta forma de arte para a identidade e união do povo ucraniano em contexto de agressão externa.

Originária da aldeia de Petrykivka, na região de Dnipro, onde era tradicionalmente utilizada para decorar paredes de casas e objetos domésticos do quotidiano, a pintura Petrykivka está reconhecida desde 2012 pelo Ministério da Cultura da Ucrânia como património cultural imaterial do país, tendo sido inscrita na Lista Representativa do Património Cultural Imaterial da Humanidade da UNESCO em 2013. Acrílico sobre madeira, por Anastasiya Molchanova, 2024.

Com mais de duas décadas de experiência artística, Anastasiya Molchanova fez formação profissional superior em Arte e Design, e teve a a oportunidade de aprender com vários artistas de renome. Artista multifacetada que trabalhou como pintora de cenários e fotógrafa no Teatro Académico, Musical, Dramático na Ucrânia, dedica-se em Portugal à pintura, de que também é professora, e trabalha numa empresa como designer e especialista de marketing. As suas obras combinam impressionismo clássico com arte fluída e popular, e, através do seu trabalho artístico, Anastasiya pretende mostrar não só a Ucrânia como uma nação corajosa, mas também linda e culturalmente rica.

Oksana Sandul, Tetiana Nezhurko e Anastasiya Molchanova (da esquerda para a direita) com o Governador do Distrito 1970, António Simões Pinto.

Presente na exposição, está igualmente Oksana Sandul (Orischenko), uma apaixonada pela pintura de Petrykivka desde o primeiro dia. Médica num hospital português, Oksana assina os seus trabalhos com o apelido da avó, uma vez que esta e a sua mãe são originárias da região da Ucrânia onde a arte Petrykivka nasceu. Quando era criança, Oksana costumava ir à oficina observar as artesãs, pelo que, cada ornamento presente nas obras desta aluna de Anastasiya Molchanova é uma pequena história de amor pela terra natal, pela natureza e pela cultura, transmitida de geração em geração.

Motivada pelo trabalho dos grandes artistas da pintura de Petrykivka, especialmente pelas obras de Anastasiya Molchanova, Tetiana Nezhurko, professora de história ucraniana, inspira-se nas tradições cossacas da região de Zaporizhzhia. Acredita que a cultura é uma das bases da identidade de cada nação, e, nesse sentido, Tetiana, após o início da invasão, encontrou na arte uma forma de preservar a identidade cultural do seu país. Atualmente dá aulas na cidade do Porto, no centro educativo ucraniano “Vinochok”, de forma a promover as tradições ucranianas.

Embroidered Hope – Esperança Bordada

Simultaneamente, e no mesmo local, a exposição solidária “Embroidered Hope – Esperança Bordada”, organizada pela Associação Art for Freedom, fundada por Anastasiya Molchanova e Kateryna Savchenko de Oliveira, retrata mulheres ucranianas numa combinação de fotografia e bordado em tela.

A exposição, que conta com imagens captadas em Lisboa por fotógrafos voluntários e ornamentadas por bordados e poemas com motivos típicos da Ucrânia, visa transmitir ideais de resiliência, paz, união, amor e coragem. O exemplo das mulheres ucranianas destaca o espírito indomável do povo daquele país, e que inspira pessoas em todo o mundo a enfrentar tempos difíceis com esperança.

“É importante não cair no esquecimento”

Anastasiya Molchanova diz-se profundamente grata pela forma como os portugueses têm apoiado a causa ucraniana, bem como pela receção desde o primeiro dia ao projeto “Embroidered Hope – Esperança Bordada”, da Associação Art for Freedom. “Não podemos perder a esperança”, afirma quanto ao regresso da paz à Ucrânia. A artista ucraniana salientou no entanto a importância de o conflito “não cair no esquecimento”, e que o ritmo de iniciativas não esmoreça nem perca o interesse da sociedade civil, pelo que apela à renovação da partilha e da divulgação de todas as formas de dar a conhecer a arte e o povo do seu país.

Apoio solidário à Ucrânia

Desde a sua criação, a Associação Art for Freedom já apoiou diversas organizações com as suas exposições. Entre elas, contam-se a Fundação United24 – a plataforma de apoio direto ao país criada pela Presidência Ucraniana – ou a Magnolia – uma ONG ucraniana que protege os direitos das crianças e promove a sua localização – bem como várias outras ONG que protegem os direitos das crianças e mulheres ucranianas.

Nesta exposição, 50% do valor angariado com a venda das obras será destinado a apoiar a associação ВІТЧУЙ, “SENTE”. Esta associação desenvolve o projeto “Pássaros”, que presta apoio médico a civis e soldados ucranianos na linha da frente e em zonas de difícil acesso.

Fundamental para transmitir uma mensagem de esperança

Olha Paliychuk Governadora Eleita do Distrito 2232 para o Ano Rotário 2025 – 2026, esteve presente na inaugração da exposição, que contou ainda com a atuação do Coro Folclórico Shum, de temas tradicionais ucranianos.

Olha Paliychuk Governadora Eleita do Distrito 2232, da Ucrânia, para o Ano Rotário 2025 – 2026 (à esquerda, de túnica escura), esteve presente na inaugração da exposição. Ladeada por Salomé Tavares, Presidente do Rotary Club Douro e Vouga International (imediatamente à direita), Susana de Melo Abreu, presidente do Rotary Club de Viseu (à direita), e Ricardo Henriques, do Rotary Club Douro e Vouga International.

António Simões Pinto, Governador do Distrito 1970, salientou a importância da iniciativa, dado que, sendo a arte Petrykivka uma importante marca identitária ucraniana com estatuto de Património Imaterial da Humanidade, e, neste momento, aquele país se encontra claramente em visíveis dificuldades de afirmação cultural no seu próprio território, a divulgação desta forma de arte afigura-se fundamental para transmitir uma mensagem de esperança. Ainda presente na iniciativa, esteve Deolinda Nunes, Governadora Eleita do Distrito 1970 para o Ano Rotário 2025 – 2026.

António Simões Pinto, Governador do Distrito 1970, salientou a importância da iniciativa, sendo que a divulgação desta forma de arte é fundamental para transmitir uma mensagem de esperança.
António Simões Pinto com o Coro Folclórico Shum.

O Rotary Club Douro e Vouga International, fundado em 11 de junho de 2021 e atualmente presidido por Salomé Tavares, pertence ao Distrito 1970, atualmente com 91 Rotary Clubs e 30 Rotaract Clubs, e que abrange o Norte e Centro de Portugal. Este é um dos 530 distritos do Rotary International, uma rede global de líderes comunitários, amigos e vizinhos que veem um mundo onde as pessoas se unem e entram em ação para causar mudanças duradouras em si mesmas, nas suas comunidades e no mundo. Com 119 anos de história, o Rotary conta hoje com 1,4 milhões de membros em todo o mundo, sempre disponíveis para servir os outros.